Rosângela Sousa

Nossa Família, Nosso Tesouro

NOSSA FAMÍLIA, NOSSO TESOURO

José Alves e Maria dos Anjos, ou D. Mindu, se conheceram, se amaram, se casaram e constituíram família. Ele, um homem educado, fino, tranquilo e que gostava muito de estar atualizado com as notícias em seu rádio que o acompanhava sempre. Trabalhava incansavelmente durante todo o ano, respeitando poucas datas para descanso, dentre as quais a Sexta-Feira Santa.

Ela, por sua vez, era uma mulher simples, corpo de pequena estatura, porém, forte. No rosto, um sorriso cativante, mas que não escondia a seriedade com que tratava as coisas da vida. Outra singularidade era o amor incondicional aos filhos, sua cumplicidade e respeito por cada um, cada uma, além de sua determinação para que todos estudassem. Era também apaixonada por futebol e gostava de fazer sua lida diária cantando. Aquele lar estava sempre de portas abertas e quem chegava era, invariavelmente, bem recebido. Sempre havia uma comidinha e um cafezinho quente, tal como ela gostava. O casal teve uma prole grande. A primeira, Roselane, seguida da Rosilene, Rosângela, Zé, Rejane, Regina, Reginaldo, Rosa Amélia, Rita e Ricardo. Depois foram chegando, pouco a pouco, genros e noras. Todos bem-vindos. Estes produziram os descendentes, e todo mundo compõe o Mindural. Eis uma palavra que brinca com o nome da matriarca, porém, no íntimo de cada um, serve para que todos nós possamos estar chamando um pouquinho por ela, mesmo após sua morte. Ela vive!

Convém, ainda, dizer que durante toda a vida, aquele casalcontou com o empenho incomensurável de Tia Calista. Ela participou do nascimento de cada filho e cada neto. Encarregou-se da alfabetização dos sobrinhos e de seu caminhar e desabrochar, enquanto Deus assim o permitiu. Dedicou-se de forma incansável e diuturna, ao seu modo (nem sempre compreendido), para que cada um alcançasse seus objetivos. Contribuiu também com a 30 ampliação de nossos horizontes culturais apresentando-nos o forró e o cordel. Fortaleceu convicções religiosas, levando todos para atividades, tais como as missas campais. De fato, foi uma grandiosa e desprendida mulher!

Também para nós foi fundamental a convivência com Alberone Lemos, fino, elegante e educado quanto o velho Zé Alves e apaixonado pelos filhos e pela vida. Havia, ainda, o Félix, incansavelmente dedicado à saúde, à esposa e às filhas, além de apegado ao seu torrão natal e à terra propriamente dita. Zé Raimundo, sempre elegante e farto, capaz de fazer sucos inigualáveis, mantinha um amor exemplar aos filhos que Deus lhe concedeu, sendo também “um faz tudo”, pois de tudo entendia e fazia.

Cada uma dessas personagens que lembram minha infância e minha juventude, cada um com suas particularidades e seu jeito próprio, foi decisivo e único na constituição do Mindural, e, portanto, para o fortalecimento de nossa família como nosso tesouro. Por tudo isso, os reverenciamos e imploramos ao bom Deus que os guarde e os proteja eternamente com seu manto sagrado, da mesma forma que todos eles se dedicaram, em vida terrena, a nos guardar e proteger.

Obrigado! Saudades! Até qualquer dia!

Rosângela Sousa

Escrito em parceria com o Jornalista Oscar de Barros

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